domingo, 8 de julho de 2012

CAMPEÃO

Hoje foi um dia muito especial, meu filho foi campeão da copa Nilo Biazzetto, sub 15, das escolas do Atlético. Nossa que orgulho.
Começo a lembrar algumas coisas destes anos desde que ele nasceu, uma delas é que a primeira palavra que ele disse não foi mãe, e não fiquei triste com isso porque também não foi pai e sim GOL. Ele dizia gol se referindo à bola, desde que viu uma bola não largou mais, jogava bola no pátio que temos em casa, e imitava os jogadores no campo ao cair e dizer "o jugadoles se machucaram". Tínhamos então que correr e simular uma pomada ou curativo para que ele pudesse voltar a jogar.
Uma das primeiras músicas que ele aprendeu a cantar foi o hino do "Aclético" como ele falava e tínhamos o cd no carro para cantarmos com frequência em nossos percursos.
Ele é simplesmente apaixonado por futebol e pelo Atlético. Eu sou neta de um ex-presidente do Coxa, a família inteira torce para o Coxa e meu filho é louco pelo rubro-negro. Me vejo hoje em dia torcendo para o Atlético, pois até o humor muda quando o time está ganhando. Isso tem uma razão, meu infinito amor por esse filho que é firme em suas atitudes, seguro em suas palavras e amigo de todos.
Desejo com todo o amor de mãe que ele se realize em suas escolhas e que tire sempre o melhor das experiência que tiver na vida.
Saiba filho que faremos o que estiver ao nosso alcance para que você seja um campeão dentro e fora de campo.
Parabéns Filho!

domingo, 1 de julho de 2012

QUE NÚMERO ELA CALÇA?


QUE NÚMERO ELA CALÇA?

A seguir mostraremos uma parte de um projeto bimestral com o título VOLTA AO MUNDO onde começamos a viagem pelo Brasil. Observe a maneira como o projeto é conduzido e a postura da professora frente aos questionamentos de seus alunos. A História está no desenvolvimento do projeto.

Objetivos 
Encontrar estratégias para resolver um problema.
- Valorizar os questionamentos levantados pelas crianças. 
- Coletar dados e organizá-los em tabelas e gráficos. 
- Ler e comparar informações de tabelas e gráficos de barras. 

Conteúdo 
Tratamento da informação: Tabelas e gráficos. 
Leitura e interpretação

Ano 
2º ano. 

Material necessário Papel, régua, lápis, cartazes e cópias com as tabelas e os gráficos que serão trabalhados. 

Tempo estimado 
Três aulas. 

Desenvolvimento

Em nossa roda de conversa pedi que eles pegassem um livro para fazer a leitura de uma das partes da história de uma menina indígena. Enquanto eles estavam olhando e conversando sobre a menina, uma das crianças me pergunta: “Kátia, que número ela calça?” Por um instante fiquei pensando o que responderia, pois sabia que esta informação não constava no livro. A foto do livro mostra a menina descalça com os dedos separados em virtude do hábito de andarem descalços.

Somente a curiosidade, o interesse alimenta a motivação e possibilita a aprendizagem. É preciso desequilibrar o aprendiz para que ele mobilize-se para aprender. (...) É o não-saber o grande responsável pela possibilidade de sabermos algo. (Barbosa, Laura M. S., 2007, pg 17)

Logo todos começaram a dar seus palpites e foi aquele alvoroço. As crianças falavam o número do seu calçado, outras nem sabiam e comecei a questioná-los, “Que número vocês calçam? Ela tem a mesma idade de vocês? Vamos ver se esta informação consta no livro?” Eles ficaram interessadíssimos na questão e resolvi dar continuidade para chegarmos juntos a uma conclusão, que eu já sabia, não tinha uma resposta. 

Conforme Delval (2001, p 113), o papel do professor não é dar as soluções corretas, mas servir de guia na busca e colocar o aprendiz em confronto com a insuficiência de suas explicações, apoiado na autoridade daquele que sabe, não daquele que manda.

Iniciei a leitura do livro em sala para procurarmos a informação sobre o número do calçado e pedi que terminassem a leitura em casa e junto pedi sugestões de como faríamos para descobrir se eles não encontrassem nada. Ninguém encontrou nada, mas vieram muitas sugestões, como: “Falando com ela”; “colocando um sapato para ela provar”; “Minha irmã tem a mesma idade da Celina e calça 33”; “Olhando o pé do Lucas, porque ele tem 9 anos”; “Procurando em livros e na internet”. Também tiveram aqueles que responderam que deveríamos perguntar para as crianças que tem a mesma idade dela, 9 anos. E foi o que fizemos.

Desenhei pés em um papel de cor e pedi que eles olhassem a sola do calçado para escrever no papel o número do sapato. Com os dados montamos uma tabela para em seguida organizarmos o nosso gráfico. Ele ficou assim:






 
Depois do gráfico do grupo do 2º ano pedi que perguntassem na escola para crianças de 9 anos que número elas calçavam. Com essa informação construímos o segundo gráfico, este com o número do sapato das crianças de 9 anos. Coloquei no mural da sala para que eles, com frequência, fizessem a análise e síntese destas informações.
Percebemos que com o gráfico a interpretação das crianças é mais fácil, concreta e visualmente ele é um organizador. Ele é uma maneira de representar visualmente dados numéricos relacionando grandezas.
Queríamos uma resposta. Depois de terminado o gráfico das crianças de 9 anos, chegamos no momento em que teríamos que decidir o lugar que colocaríamos o pé da Celina no gráfico. Foi então que uma das crianças disse: “Eu tenho 7 anos e calço 32, acho que a Celina calça 34.” Quis saber qual era a lógica de seu raciocínio e comecei a questionar o por quê quando ela me disse: “Quando eu tiver 9 anos vou calçar 34, então a Celina calça 34. O grupo adorou a ideia e seu raciocínio. Foi unânime, parece que estavam torcendo para que  encontrássemos uma boa explicação para toda nossa pesquisa. E encontramos.
 O gráfico ficou assim:


segunda-feira, 18 de junho de 2012

UM DIA EM MORRETES


Hoje tive um dia diferente e, além da receita, tem muita coisa legal que vou contar pra vocês.


Acordei com o despertador falando "Está na hora de acordar, são 7h". Nossa, que sono! Em pleno sábado eu acordando as 7h! É que meu pai, o Marcelo e o Felipe estavam indo para Morretes de trem para assistir o jogo do atlético e eu levantei para levá-los na ferroviária. Arruma a cama, coloca uma roupa quente, arruma a mochila para a viagem e de repente o Fe diz que não quer ir, que é muito cedo. Depois de um stress básico falei: Ok, eu vou. Nunca andei de trem e estou com vontade de ter um dia diferente! O Marcelo adorou e lá fomos nós!


Eu, o Marcelo e meu Pai
 
 


A ferroviária estava cheia, pessoas de Porto Alegre, Santa Catarina, São Paulo entre outros lugares. Não pensei que teria tanta gente e em fila fomos conduzidos para o vagão 14. As poltronas não eram tão confortáveis de maneira que não daria para dormir nas quatro horas que estaríamos viajando.
O trem logo saiu e imaginei que sua velocidade era tão lenta por estarmos na cidade. Ficamos olhando a paisagem de Curitiba, passamos por Pinhais, autódromo, Piraquara, muito legal. Foi então que vi uma placa que dizia: "VELOCIDADE MÁXIMA 25 KM/H" Meu Deus, vamos demorar muito para chegar lá. E demoramos mesmo, foram 4h de viagem.
O passeio é lindo, com lugares belíssimos e de um lado para o outro no vagão fomos vendo a bela e majestosa natureza da Serra do Mar. 
Chegamos 12h 30min e pensei que seria melhor eu voltar para Curitiba de ônibus de Morretes em vez de ir até Paranaguá para ver o jogo de futebol e voltar de noite. Comprei a passagem para as 15h.
Almoçamos no restaurante "O Casarão" e comemos o delicioso barreado com tudo que tínhamos direito. 
Saímos do restaurante e fomos passear pelas ruas de Morretes, mas logo o pai e o Marcelo seguiram viagem e fui para a Rodoviária.
No ônibus, sentei na última fila e ao meu lado estavam um rapaz e um menino no colo que me chamou a atenção. Fiquei observando o menininho e seu pai. O pai pegou um pacote de pipoca doce e os dois começaram a comer e quando olhei de novo o menino já tinha adormecido.
Perguntei ao rapaz se ele queria deitar o menino em seu colo e colocar as pernas dele no meu colo e ele disse que não precisava que estava bom daquele jeito.
Então comecei a conversar com ele:
- Ele é seu filho? Perguntei.
- É, é meu filho.
- E vocês vieram sozinhos?
- Viemos sim.
- Ele mora com você?
- Mora sim, eu e ele.
- E a mãe dele?
- A mãe dele não quis ele.
Devo ter feito uma cara de espanto, como assim a mãe não quis ele?!
- Nossa, não quis? 
- É, quando ele tinha 6 meses ela me ligou e disse para eu ir buscá-lo porque ela não queria mais ele.
- E ai?
- Ai eu falei que se ela estava deixando ele, eu queria a guarda dele. 
Continuei olhando sem ter o que falar.
- Ela concordou e ela mesma foi no cartório fazer o documento que me dava a guarda. Desde então moramos eu e ele.
- Deve ter sido muito difícil não é?
- Foi, foi muito difícil. Eu não sabia muito o que fazer e tinha que trabalhar, as vezes ia com sono para o trabalho e tinha que acordar cedo e deixar ele na creche. Mas agora tá tudo bem, ele é um garoto muito tranquilo.
- Você trabalha com o que?
- Sou eletricista, trabalho para uma empresa que presta serviço para a copel.
- E ele pergunta da mãe?
- Não, ela vem ver ele de vez em quando, mas um dia ele vai querer saber da mãe dele e vou ter que falar, né?
- É, ele tem o direito de saber.
- É, não tenho raiva dela sabe, mas vou falar a verdade para ele. Ele é que vai decidir o que achar da mãe dele.
- Quantos anos você tem?
- Eu tenho 30.
- E ele?
- Ele tem 2 anos e 6 meses.
- Ele é lindo, tem olhos verdes, né?
- É, ele parece com a mãe.
- E vocês vieram passear?
- Sim, sempre que posso programo um passeio com ele. Hoje viemos de trem e já estamos voltando. Semana que vem quero levá-lo para a ilha do mel, mas lá vamos dormir, porque é muito longe. 
- Tomara que esteja sol. Ele gosta de praia?
- Gosta.
Nisto o menino acorda e pergunto seu nome.
- Como é seu nome?
Ele não responde, mas o pai diz:
- É Brian.
Disse "oi Brian", mas ele se manteve calado e o pai dizia, diga oi, e nada...
- Eu chamo ele de Pelotinha, ele é meu Pelotinha.
- Ah! É... Você é o Pelotinha do papai?
Ele fez que sim com a cabeça. Foi então que ele viu um cavalo pela janela e disse olha papai um cavalo.
- Ele gosta muito de cavalos, um dia desses levei ele para ver uma corrida no Jóquei, mas ele não pode ir perto dos cavalos. Disse o pai. 
- Que pena! Quem sabe na escola do Jóquei ele possa ver de perto um cavalo.
Fiquei ali conversando com o pai e observando aquela criança linda, um mulato de olhos verdes que estava aninhado no colo do pai que por sua vez estava abraçando aquele menino com todo amor que um pai pode ter por um filho, com muita disponibilidade, com muita suavidade e muito maternal. Fiquei impressionada com a relação dos dois, com a cumplicidade, facilidade e harmonia que os dois tinham. Quanta importância tinha aquele pai para aquele menino, mas acho que maior ainda era a importância do menino para o pai, pois ele finalizou nossa conversa assim:
- Não sei mais viver sem ele!
Chegamos na rodoviária, nos despedimos e terminei meu dia com a imagem daquele menino passeando com seu pai.